O que é leucemia – Sintomas causas e Tratamentos
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A leucemia é uma doença maligna (um tipo de câncer) dos leucócitos, ou seja, os glóbulos brancos do sangue. Na maioria das vezes a sua origem é desconhecida.
A sua principal característica e o acumulo de células blásticas (jovens) anormais na medula óssea, substituindo as células normais.
A medula, por sua vez é o local onde as células sanguíneas se formam e ela ocupa a parte interna do osso. É nela que podemos encontrar as células precursoras, que são responsáveis por originar os demais elementos do sangue.
O tratamento para esse problema pode ser bastante complexo, variando de acordo com o tipo e também outros fatores. Porém, existem recursos que servem para ajudar a conseguir um tratamento de sucesso.
No nosso país, a leucemia está em 9º lugar entre os tipos de câncer mais comuns em homens e ocupa a 11ª posição em mulheres.
Essa doença possui diferentes classificações, de acordo com a velocidade do seu progresso e também no tipo de células envolvidas. Dessa forma, pode ser leucemia aguda, leucemia crônica e leucemia linfocítica.
Sintomas da leucemia
Os sintomas dessa patologia estão comumente associados à condição de saúde do paciente. No entanto, os principais sintomas são decorrentes do acúmulo de células na medula óssea. Isso acaba impedindo ou prejudicando produção de:
- Glóbulos vermelhos, levando a quadros de anemia
- Glóbulos brancos, facilitando o surgimento de infecções
- Plaquetas, levando a hemorragias
No caso da leucemia lenta ou crônica, pode não haver qualquer sintoma no início da doença. Já o tipo mais agressivo pode causar sintomas graves já desde o início.
Dentre os principais sintomas da leucemia, os mais típicos são os seguintes:
- Fraqueza
- Fadiga
- Calafrios ou febre
- Infecções graves ou frequentes
- Perda de peso fácil
- Sangramento facial ou hematomas
- Aumento do baço ou fígado
- Minúsculas manchas vermelhas na pele
- Hemorragias nasais frequentes
- Excesso de transpiração, especialmente à noite
- Dor nos ossos e/ou nas articulações
No caso de células que realizam infiltração no cérebro, podem surgir sintomas como convulsões, vômitos e perda do controle muscular.
Possíveis origens e causas
O que se sabe, é que a leucemia tem origem hereditária, isso é, ela de uma condição genética adquirida.
Tanto a morte quanto a divisão celular são ações controladas por informações que nossos genes trazem em seus cromossomos.
Quando ocorrem erros no processo de divisão dessa célula, podem ser ativadas alterações genéticas, que são conhecidas como oncogenes. Ela pode tanto promover a divisão celular quanto desativar os genes supressores do tumor, responsáveis pela apoptose (morte celular).
Em qualquer um dos casos, o que ocorre é uma multiplicação excessiva de uma mesma célula, levando ao surgimento do câncer.
O fato é que a causa exata para o surgimento da leucemia ainda não é conhecida. No entanto, é sabido que existem fatores de risco, tais como:
- Tratamento já realizado para câncer
Pessoas que já passaram por algum tipo de tratamento para outros tipos de câncer, tais como radiação e quimioterapia, podem ter mais chances de desenvolver determinados tipos de leucemia.
- Distúrbios genéticos
Algumas anormalidades genéticas podem ter um papel importante no desenvolvimento da leucemia, tal como a Síndrome de Down.
- Exposição a certos produtos químicos
A exposição a produtos químicos, tal como o benzeno, tem associação com um risco aumentado de desenvolvimento de leucemia. Esse produto é muito utilizado pela indústria química e é encontrado também na gasolina.
- Tabagismo
Fumar aumenta o risco de leucemia mielóide do tipo agudo.
- Histórico familiar
Há um maior risco de desenvolvimento de leucemia caso algum familiar tenha sido também diagnosticado com essa doença.
Tipos de leucemia
Como já dissemos, existem diferentes tipos de leucemia e cada uma delas apresenta um prognostico e uma evolução específicos. Então, vamos conhece-los:
- ALL – Leucemia linfocítica aguda
Esse tipo de leucemia é mais comumente encontrado em crianças, embora também possa acontecer em adultos. Quando ocorre durante a infância, não é considerada ume doença hereditária e suas causas são desconhecidas.
O prognóstico, por sua vez, é bom e cerca de 90% das crianças tratadas conseguem a cura. A ALLL ocorre quando as células-tronco sofrem alterações.
- AML – Leucemia mielóide aguda
Esse tipo ocorre nas células do sangue e da medula óssea, que é a responsável pela produção das células sanguíneas.
Esse é um tipo de leucemia que ataca diretamente as células mielóides, que comumente são desenvolvidas na formação de glóbulos brancos, que por sua vez, atuam nas defesas do organismo, especialmente contra infecções.
- CLL – Leucemia linficítica crônica
Esse é um subtipo de leucemia que só foi descoberto em 1903. Ele ocorre em decorrência de uma lesão adquirida no material genético de um linfócito que está na medula óssea, não sendo hereditário.
Com isso, ocorre uma proliferação descontrolada da célula, que invade tecidos e o sistema sanguíneo. Com o CLL, que é o tipo mais comum, o paciente pode se sentir bem durante anos, sem necessitar tratamento.
- LMC – Leucemia mielóide crônica
Esse é um dos tipos de leucemia com prevalência em adultos. Um paciente com esse problema pode apresentar pouquíssimos sintomas durante messes e até anos, até entrar em uma fase em que o crescimento celular acontece de uma forma mais rápida.
A LMC é diferente das demais por causa da presença de uma anormalidade genética que pode ser verificada nos glóbulos brancos, chamada cromossomo Philadelphia (Ph+).
Dessa forma, os cromossomos humanos somam 22 pares, que são numerados de 1 a 22 e mais 2 cromossomos sexuais (o famoso XX ou XY do tempo da escola), totalizando 46 cromossomos.
Quando o paciente apresenta esse tipo da doença, existe uma fusão de uma determinada parte de um cromossomo em outros, que são aqueles de número 9 e o de número 22.
- Outros tipos de leucemia
Podemos encontrar ainda outros tipos de leucemia, porém mais raros, tais como leucemia de células pilosas, distúrbios mieloproliferativos e síndromes mielodisplásicas.
Tratamento da leucemia
Obviamente, o tratamento indicado para a leucemia vai variar de acordo com diversos fatores. Somente o médico poderá determinar isso levando em consideração a saúde geral do paciente, sua idade, o tipo de leucemia em questão e se já há metástase.
Mesmo assim, dentre as possibilidades de tratamento, as opções são as seguintes:
- Quimioterapia
A quimioterapia e uma das principais formas de tratamento para leucemia. O tratamento usa drogas químicas para matar as células em desordem.
De acordo com o tipo de leucemia, é possível receber um medicamento só ou uma combinação deles. Esses medicamentos podem ser apresentados em pílulas ou serem administrados por via intravenosa.
- Terapia biológica
Esse tipo de terapia funciona no uso de tratamentos que auxiliam o sistema imunológico a identificar as células de leucemia para ataca-las.
- Terapia de radiação
Essa forma de tratamento faz uso de raios-X e também de outros feixes de energia para causar danos às células de leucemia e assim deter o seu crescimento.
Durante esse procedimento, o paciente fica em uma mesa enquanto uma grande máquina fica se movimenta ao seu redor e emanando radiação para pontos específicos do corpo.
A radiação pode ser aplicada em determinadas áreas do corpo onde há um agrupamento de células de leucemia ou então pode ser aplicada no corpo inteiro.
Esse procedimento também pode ser utilizado no preparo para um transplante de estaminas.
- Terapia direcionada
Esse tratamento usa drogas específicas para atacar determinadas vulnerabilidades dentro das células de câncer.
- Transplante de células-tronco
Uma das formas e tratamento para leucemia é o transplante de células estaminais, sendo um procedimento que atua realizando a substituição da medula óssea doente por outra saudável.
Antes de fazer isso, o paciente deve receber tratamento de altas doses de radioterapia ou quimioterapia, a fim de destruir a medula óssea existente. Então, é feita uma infusão de células-tronco que ajudarão na reconstrução da medula óssea.
Essas células tronco podem vir tanto de um doador quanto do próprio paciente em alguns casos.
Medicamentos usados
O tratamento da leucemia, como já foi dito, pode variar de acordo com a saúde o paciente e com cada tipo da doença. No entanto, os medicamentos mais usados para tratar seus sintomas são os seguintes:
- Celestone
- Androcortil
- Betametasona
- Duoflam
- Dexametasona
- Betatrina
- Decadron
- Diprospan
- Prednisolona
- Predsim
- Prednisona
É importante ressaltar que somente o médico poderá indicar qual o melhor medicamento ou tratamento para cada caso. O mesmo vale para a dosagem do mesmo e a duração do tratamento.
Por isso, nunca pratique a automedicação e consulte um médico para obter orientações corretas e precisas. Feito isso, siga corretamente as instruções de tratamento para obter os melhores resultados na luta contra a leucemia.