Cirurgia bariátrica – Quem pode fazer? Riscos e Quanto custa?
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A cirurgia bariátrica nada mais é do que um conjunto de técnicas que realizam a diminuição do tamanho do estômago no intuito de levar a uma diminuição do peso.
O procedimento é recomendado quando a realização de atividades físicas não apresenta mais efeitos em um paciente que sobre de obesidade, sendo necessário realizar uma intervenção medica.
Vale lembrar ainda que o procedimento é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina.
O fato é que a obesidade é uma condição de saúde muito comum no século XXI. Embora ela tenha associação com fatores genéticos, ela também é um reflexo de ações que se tornam cada vez mais comuns, tais como sedentarismo e o desequilíbrio alimentar.
De acordo com informações do Ministério da Saúde em 2017, a média é que uma em cada cinco brasileiros estejam acima do peso.
Com esse aumento constante no número de pessoas com excesso de peso, aumentou também a procura por procedimentos emagrecedores, tal como a cirurgia bariátrica, sobre a qual vamos falar a seguir.
Então para saber mais sobre esse assunto, continue lendo e descubra tudo o que você precisa saber sobre ela. Vamos lá?!
Cirurgia bariátrica quem pode fazer?
Como já foi dito, a cirurgia bariátrica é um procedimento recomendado para o tratamento da obesidade e também de doenças relacionadas a isso, sendo considerada uma forma segura de tratar o problema
A única ressalva a esse processo é para aquelas pessoas que pensam no procedimento cirúrgico como sendo a primeira alternativa para a perda de peso, não considerando uma reeducação alimentar e atividades físicas.
Sendo assim, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a cirurgia bariátrica é indicada para aqueles pacientes que possuem um IMC (Índice de massa corporal) igual ou superior a 40.
Pode ser recomendada também para pacientes com um IMC entre 35 e 40, mas que sofram de, pelo menos, 2 complicações relacionadas à obesidade.
Os problemas mais comuns relacionados ao diabetes que podemos citar são os seguintes:
- Intolerância à glicose ou diabetes
- Hipertensão
- Colesterol alto
- Doenças cardiovasculares
- Osteoartrose severa
- Doença do refluxo
- Apneia obstrutiva do sono e/ou doença pulmonar
- Esteatose hepática não alcoólica
Dessa forma, podemos afirmar que o procedimento bariátrico é recomendado apenas para pessoas com obesidade, especialmente em casos de patologias associadas, e não apenas com sobrepeso.
Já para os pacientes que possuem um IMC abaixo de 35 e não possuem patologias relacionadas, é preciso se informar a respeito de outros tratamentos clínicos que podem ser adotados.
A indicação de cirurgia bariátrica sem uma necessidade real pode impor ao paciente um risco de complicações que é desnecessário, sem obter vantagens realmente satisfatórias dos resultados de perda de peso.
Isso porque operar pacientes que apresentam apenas um quadro de sobrepeso não traz uma perde de peso realmente satisfatória se comparado com o risco do procedimento e caso essa perda de peso ocorra, acaba não sendo duradoura por questões fisiológicas.
Pode ser feita em adolescentes?
Sim, o procedimento de cirurgia bariátrica também pode ser feito em adolescentes, porém deve ser pensado como último recurso caso uma mudança de estilo de vida não seja eficaz.
De acordo com o Ministério da Saúde, 16 anos é a idade mínima para realizar esse procedimento, desde que o paciente está sob risco de vida causado pelo problema de obesidade.
Com menos de 16 anos, caso haja indicação para a mesma, a decisão deve ser tomada após discussão com equipe multidisciplinar responsável pelo paciente, contando com psiquiatra, endocrinologista, pediatra e cirurgião.
Além disso, é importante que tanto a equipe hospitalar quanto a família compreendam que a cirurgia bariátrica requer um comprometimento grande com uma mudança no estilo de vida. Só assim o procedimento terá sucesso.
Com quantos quilos a pessoa pode fazer uma cirurgia bariátrica?
Como já foi dito acima, não é uma questão de peso, visto que existem diversos fatores que são considerados.
Dessa forma, para poder fazer a cirurgia bariátrica a pessoa precisa apresentar um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40.
Pessoas com um IMC entre 35 e 40 também podem realizar o procedimento, desde que possuam duas ou mais complicações relacionadas à obesidade.
Vale lembrar ainda que o procedimento é recomendado para pacientes com caso de obesidade, e não que possuam apenas sobrepeso, mesmo sendo severo.
Como é o procedimento cirúrgico
A primeira coisa feita é avaliar completamente a saúde do paciente. Se estiver apto, a cirurgia bariátrica é marcada.
No dia, é feita uma nova avaliação dos índices e níveis do paciente e ele recebe anestesia geral, dada por um anestesologista.
A realização do procedimento pode ser de duas maneiras. Uma delas é um procedimento aberto, no qual são feitos grandes cortes no abdômen do paciente.
A segunda maneira é por videolaparoscopia, na qual são feitas pequenas incisões no abdômen do paciente e o processo é feito por cânulas. Nesse caso, a região abdominal é insuflada com gás carbônico, para dar espaço à realização do processo.
Dessa forma, com o auxílio de uma câmera e de grampeadores especiais, o cirurgião realiza o processo de redução do estomago.
Nesse caso, as pequenas incisões levam a um procedimento mais direto, com menos manipulação dos órgãos, logo, é um procedimento menos agressivo e invasivo.
Além disso, a dor do pós-operatório é menos intensa, o que pode ser visto pela menor quantidade de analgésicos consumida pelos pacientes, o que só aumenta as vantagens desse método. O risco de infecção também é menor e a alta hospitalar e o retorno para as atividades diárias também é mais rápida.
O médico responsável pela cirurgia bariátrica deve ser um cirurgião membro da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica). Essa informação pode ser verificada diretamente através do site da sociedade.
Já a duração do procedimento varia entre 1h e 3h e meia, lembrando que existe variadas formas de realizar o procedimento. O comprometimento do paciente no pós-operatório em seguir as recomendações médicas também é fundamental.
Vamos conhecer os diferentes tipos de cirurgia bariátrica reguladas pelo Conselho Federal de Medicina para entender melhor o procedimento:
- GYR – Gastroplastia em Y de Roux
Também denominada by-pass gástrico, esse procedimento reduz a capacidade do estômago a 10%, limitando a quantidade de alimento ingerido e desviando-os para a primeira porção intestinal, que se chama duodeno, e passando para a segunda porção que se chama jejuno.
Com isso, obtêm-se a diminuição do hormônio chamado grelina, que atua sobre a forme e a saciedade.
Assim, o apetite é reduzido sem causar desnutrição ou diarreia. Já as doenças relacionadas à obesidade apresentam uma rápida melhora.
- GV – Gastrectomia vertical
Esse procedimento se caracteriza pela remoção de 70% a 85% do estomago, convertendo-o em um tubo estreito. Com isso, ocorre também a diminuição do hormônio grelina.
Caso não funciona, pode ser convertida em Bypass gástrico ou derivação bileopancreática, mas não pode ser revertido como acontece na Banda Gástrica.
Mais do que isso, esse procedimento pode envolver processos mais complexos, estando associada a um maior risco de complicações.
- DBP – Derivação bileopancreática
Essa técnica associa o desvio intestinal com a gastrectomia vertical de 85% do estômago. Com isso, o alimento vem por um caminho e os sucos digestivos vem por outro.
Então, eles só se encontram 100 centímetros antes do fim do intestino delgado. A consequência é uma inibição na absorção de nutrientes e calorias.
A vantagem e que há uma menor intolerância à alimentos, maior perda de peso e ainda permite uma maior ingestão de alimentos. A desvantagem, por sua vez, é que flatulência, diarreia e deficiência de vitaminas podem ser problemas comuns.
- Banda gástrica ajustável
Nesse procedimento, um dispositivo de silicone e alocado no início do estômago. Esse dispositivo fica junto a uma espécie de reservatório que pode receber injeção de água destilada para comprimir mais o estômago ou ser esvaziado para aliviar essa compressão.
A maior vantagem desse método é que ele é reversível e feito por um procedimento minimamente invasivo, o que reduz as complicações. Além disso, é possível realizar o ajuste individualizado do mesmo.
Por outro lado, o maior risco é a rejeição da prótese ou infecção. A perda de peso também nem sempre é suficiente para que se possa estabilizar a saúde do paciente.
Preço da cirurgia bariátrica
Obviamente, o preço para a realização desse procedimento pode variar muito de acordo com diversos fatores, incluindo fatores regionais, a técnica escolhida e cada situação. No entanto, o valor de uma cirurgia bariátrica pode chegar a cerca de R$ 40 mil.
Mais do que isso, é preciso que o paciente realize uma série de exames prévios e cada um tem seu preço específico que não está incluído nesse valor da operação.
Esse preço também pode ser diferente para quem em um convênio ou plano de saúde. Vale lembrar que alguns oferecem cobertura total dos gastos enquanto outros subsidiam apenas uma parte do procedimento.
A boa notícia é que o procedimento também está disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Para isso, é preciso procurar o atendimento mais perto de sua casa, consultar um médico e avaliar a necessidade ou não do procedimento.
Caso o paciente seja avaliado e haja a indicação para o mesmo, o médico especialista irá colocar o paciente na Central Estadual de Regulação para que seja encaminhado em seguida para o Programa de Cirurgia Bariátrica.
Pronto, agora você já sabe tudo o que precisava saber sobre a cirurgia bariátrica, o que é, como é feita, os diferentes tipos e quando é indicada. Aproveite e boa sorte!