Fissura anal como tratar?
Conteúdo deste Artigo
- Fissura anal como tratar?
- O que é fissura anal?
- Prisão de ventre e fissura anal
- Tipos de fissura anal
- Causas da fissura anal
- Grupos de risco
- Sintomas da fissura anal
- Hemorroida e Fissura anal
- Quando procurar um médico
- Diagnóstico da fissura anal
- Fissura anal tem cura?
- Tratamento clínico
- Banho de assento para fissura anal
- Tratamento cirúrgico
- Indicação de cirurgia
- Medicamentos para fissura anal
- Pomadas para fissura anal
- Convivendo com o problema
- Complicações da fissura anal
- Fissuras anais podem provocar câncer de cólon?
- Como prevenir a fissura anal?
- Fissura anal em crianças
Fissura anal como tratar?
Desconforto, coceira, sensação de irritação, são só alguns sintomas de um problema muito comum que, frequentemente, são confundidos com os de hemorroidas, a fissura anal.
Embora os sintomas da fissura anal sejam muito parecidos com os da hemorroidas, o sangramento da fissura anal, no entanto, costuma ser menor, embora a dor seja mais intensa.
O que é fissura anal?
A fissura anal se caracteriza por um pequeno corte, rasgo, ou rachadura, no na pele ao redor do ânus, que pode surgir após traumas, como a passagem de fezes muito duras ou grandes durante uma evacuação, e que provoca muita dor e, as vezes, até sangramento. Na maioria dos casos, essa é uma condição comum e de autodiagnóstico.
Embora a fissura anal possa ocorrer em pessoas de meia idade, ela também é frequente em bebês, causando sangramento retal.
Vale saber que os sintomas podem aparecer em quadros agudos ou crônicos. Em quadros agudos, a cura acontece em curto prazo, entre quatro a seis semanas, bastando alguns cuidados no dia a dia. Já, em casos de fissura anal crônica, pode ser necessário partir para um tratamento médico, ou até mesmo, para uma cirurgia.
Prisão de ventre e fissura anal
Sem dúvida, pessoas que sofrem de constipação intestinal ou prisão de ventre têm mais chances de desenvolver a fissura anal, já que as fezes endurecidas ou muito grandes, no momento da evacuação, podem causar um certo trauma na mucosa do ânus e acabar provocando uma fissura anal.
Tipos de fissura anal
O que vai diferenciar os tipos de fissura anal, sem dúvida, são o tempo de cicatrização da ferida e a evolução do quadro, podendo dividi-las em:
- Fissura anal aguda: é o tipo mais mais comum,e pode se desenvolver em qualquer idade. No entanto, para ser considerada aguda, precisa ser um corte superficial e doloroso ao toque, com cicatrização ocorrendo, no máximo, em oito semanas.
- Fissura anal crônica:já nesse caso, ela se torna uma úlcera, que pode ser facilmente observada pelo médico. Já é uma lesão mais profunda e com bordas endurecidas. Há também o surgimento de plicoma sentinela (excesso de pele na região anal) e, em alguns casos, papilite (inflamação de glândulas no canal anal). Vale saber que esses quadros de fissura anal crônica, apresentam um maior tempo de evolução.
Causas da fissura anal
Como já foi dito, geralmente, a fissura anal é provocada por traumas no ânus ou no revestimento anal, e costumam ocorrer em um movimento intestinal.
As causas mais comuns da fissura anal são:
- Evacuação de fezes duras e muito grandes;
- Constipação ou tensão durante a evacuação;
- Diarreia frequente;
- Sexo anal;
- Inserção de termômetro retal, ponta de enema, endoscópio ou sonda de ultrassom (para examinação da próstata);
- Inflamação da área retal, provocada pela doença de Crohn ou outra doença inflamatória intestinal como a retocolite ulcerativa;
- Grande esforço durante o parto ou traumatismo da pele entre a vagina e o ânus (períneo) pode provocar uma fissura;
- Pós-operatório de cirurgias da região anal (hemorroidas, fístulas, etc).
Vale saber que em alguns casos, mais raramente observados, essas feridas podem ser causadas por:
- Câncer do canal anal;
- Doenças sexualmente transmissíveis (sífilis, herpes, aids, cancro mole, etc);
- Leucemia;
- Tuberculose.
Grupos de risco
Alguns grupos podem ser considerados de risco, ou seja, mais propensos a desenvolver a fissura anal, são eles:
Crianças durante o primeiro ano de vida;
Idosos, por possuirem uma circulação mais lenta, diminuindo o fluxo sanguíneo para a área retal;
Pessoas que sofrem de prisão de ventre, pois isso provoca o endurecimento das fezes, podendo causar traumas no revestimento do ânus;
Parturientes, já que o esforço durante o parto pode provocar fissuras anais;
Pessoas com doença de Crohn, pois a inflamação no revestimento intestinal torna o tecido ao redor do ânus mais propenso a rasgar.
Sintomas da fissura anal
Os principais sintomas da fissura anal são a dor e o sangramento, sendo muito comum o paciente se queixar de dores intensas durante e após a evacuação, podendo haver, também, o surgimento de sangue no vaso sanitário ou no papel higiênico.
Embora esse sejam os sintomas mais comuns, outros observados em caso de fissura anal são:
- Desconforto anal ao sentar;
- Coceira e ardência após evacuar;
- Pequena rachadura visível na pele ao redor do ânus;
- Comichão ou irritação ao redor do ânus;
- Um pequeno caroço ou marca de pele ao redor da fissura;
- Prurido anal.
O sangramento causado por uma fissura anal costuma ter um aspecto vermelho brilhante, e caso a coloração do sangue seja mais escura e misturada às fezes, o problema pode ser mais grave, por isso, é fundamental consultar um médico.
Hemorroida e Fissura anal
É comum alguns sintomas da fissura anal serem confundidos com os de hemorroida. Porém, apesar das duas doenças se manifestarem no canal anal, alguns aspectos podem diferenciá-las.
É preciso, primeiro, entender o que são hemorroidas, que nada mais são que vasos sanguíneos dilatados localizados no revestimento do ânus. Enquanto, a fissura anal se trata de uma rachadura no tecido cutâneo da região.
Vale entender que ambos problemas podem provocar sangramento e dor ao evacuar, porém, casos de dor recorrente costumam se tratar de fissura anal crônica.
Porém, vale saber que outros problemas como prurido, abscesso e fístula podem apresentar sintomas semelhantes.
Por isso, a melhor forma de diferenciar os problemas é através de exame físico, ou seja, só um médico poderá diagnosticar e indicar o tratamento correto.
Quando procurar um médico
Um médico deve ser procurado sempre que existir dor ou sangramento durante ou após a evacuação. Se persistirem os sintomas, mesmo que a cicatrização da fissura aconteça espontaneamente, é muito importante procurar ajuda profissional.
Diagnóstico da fissura anal
O diagnóstico da fissura anal é feito analisando os sintomas e observando a área ao redor do ânus, já que o corte ou rachadura é, na maioria das vezes, visível.
Em alguns casos, o médico poderá solicitar um exame retal para confirmar o diagnóstico, embora esse método possa ser evitado, justamente, por ser bastante doloroso ao paciente, em algumas situações.
Ao localizar a fissura, o médico já pode encontrar as possíveis causas da doença, pois, se a rachadura aparecer ao lado da abertura anal, existe uma grande chance de que o paciente esteja com uma condição encoberta, podendo, por isso, vir a solicitar os seguintes exames:
- Colonoscopia: nesse exame é inserido um tubo flexível no reto, para inspecionar o cólon e verificar a presença de doença inflamatória intestinal, como a doença de Crohn.
- Sigmoidoscopia:nesse exame, é inserido um tubo fino e flexível pelo reto, para analisar a parte inferior do cólon.
- Gastrointestinal Superior (UGI):é um teste de raio-x utilizado para examinar as seções superior e médio do trato gastrointestinal.
- Eletromanometria anorretal:nesse exame, se analisa o funcionamento da musculatura ao redor do ânus, usado para auxiliar o diagnóstico de fissura anal como manifestação de doença inflamatória.
Fissura anal tem cura?
Sim, a fissura anal é uma doença tratável, que costuma desaparecer sozinha em um período de quatro a seis semanas.
Vale saber que, na maioria das vezes, o tratamento da fissura anal aguda é feito sem haver a necessidade de intervenção cirúrgica.
Tratamento clínico
Logo no início, o tratamento da fissura anal é feito de maneira clínica, com a ajuda apenas de alguns cuidados caseiros, tais como:
- Banho de assento com água morna;
- Ajuste da dieta com maior ingestão de fibras e líquidos;
- Uso de laxantes sob recomendação médica.
Em alguns casos, o médico poderá recomendar a aplicação de um anestésico injetável na zona retal para facilitar a cicatrização.
Mas, em último caso, podem ser administradas, ainda, injeções de botox, justamente, para paralisar temporariamente os músculos da região.
Mas, vale saber que esse método apresenta a incontinência fecal como complicação mais comum, portanto, isso deve ser ponderado antes de se decidir por esse tipo de tratamento.
Banho de assento para fissura anal
Como um dos tratamentos caseiros, geralmente, é receitado um banho de assento, sendo preciso:
- Banheira, bacia rasa ou assento sanitário;
- Água morna (temperatura entre 30 e 40 ºC);
- Bicarbonato de sódio.
Siga os passos a seguir:
- Encha, com água morna, a banheira, bacia ou assento sanitário, com água suficiente para cobrir as nádegas e o quadril, e adicione o bicarbonato de sódio.
- Coloque o recipiente em um local que fique mais confortável.
- Sente-se e permaneça nessa posição por 15 a 30 minutos.
- Ao terminar o banho de assento, seque a área dando batidinhas com uma toalha limpa de algodão.
É preciso repetir esse procedimento de 2 a 4 vezes ao dia.
Tratamento cirúrgico
Como já foi dito, em alguns casos, é indicada a cirurgia de fissura anal, chamada de esfincterotomia anal.
Nessa cirurgia é feito um corte de uma pequena porção do músculo de revestimento anal, com o intuito de reduzir o espasmo e a dor, promovendo a cura.
Segundo levantamentos, o tratamento cirúrgico é o mais eficaz, embora, essa cirurgia possa acarretar em incontinência fecal e levar à incapacidade de controle na saída de gases, escape fecal leve e até mesmo perda de fezes sólidas. Portanto, deve ser a última opção.
Indicação de cirurgia
Por tudo que foi visto, a cirurgia só deve ser considerada em último caso, mais precisamente, em quadros de fissura anal crônica, quando não há cicatrização após tratamento clínico.
Também pode ser recomendado o tratamento cirúrgico em casos em que o paciente sofre de outras doenças anais, como a hemorroida.
Medicamentos para fissura anal
Em relação aos medicamentos, geralmente, costumam ser combinados com cremes anestésicos para facilitar a cicatrização e diminuir a dor, são eles:
- Esteroides: para reduzir a inflamação, sendo recomendados, especialmente, antes de um movimento intestinal.
- Nitroglicerina: provoca o relaxamento do esfíncter anal interno e diminui a pressão de repouso anal.
- Bloqueadores de canais de cálcio: ajudam a relaxar os músculos do esfíncter interno e a aumentar o fluxo sanguíneo na região anal.
Alguns médicos costumam, também, prescrever laxantes para favorecer a eliminação das fezes e analgésicos, como o Paracetamol e Ibuprofeno, em casos de dor prolongada.
Pomadas para fissura anal
Como não poderia deixar de ser, algumas pomadas também costumam ser receitadas, as mais comuns para tratar fissura anal são:
- Aurobin;
- Aktovegin;
- Emla;
- Levomekol;
- Proctyl;
- Proctosan;
- Ultraproct.
As pomadas com propriedades cicatrizantes como a Bepanthene,Bepantol ou Hipoglós também podem ser utilizadas no tratamento.
É muito importante que quem tiver sofrendo com fissura anal JAMAIS se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente um profissional poderá analisar o melhor tratamento e medicamento, dosagem e duração, levando em conta que cada caso é um caso.
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Convivendo com o problema
Quem está sofrendo com o problema de fissura anal precisa procurar ajuda de um médico, e vale apostar em algumas dicas e medidas para ajudar a aliviar os sintomas da doença e acelerar o processo de cicatrização.
- Insira fibras na sua dieta! Invista em alimentos como frutas, legumes e cereais integrais para ajudar a regular o intestino e evitar a constipação.
- Procure beber muito líquido, assim como as fibras, a água ajuda a amolecer as fezes.
- Nunca force a evacuação, não tenha pressa na hora de evacuar, pois o esforço pode provocar novas fissuras.
- Procure praticar exercícios físicos regularmente! Bastam alguns minutos para favorecer os movimentos intestinais e aumentar o fluxo sanguíneo em todas as partes do corpo.
- Substitua o papel higiênico por lenços umedecidos, pois os lenços são menos agressivos à pele ferida.
Complicações da fissura anal
Em alguns casos o paciente pode apresentar:
- Falha na cicatrização, sabendo que fissuras anais que não são curadas dentro de seis semanas são consideradas crônicas, podendo acarretar na necessidade de intervenção cirúrgica;
- Recorrência, sabendo que ao desenvolver uma fissura anal, a chance de ter a doença novamente é maior;
- Quando a ferida é estendida aos músculos adjacentes, tornando a fissura mais difícil de curar, podendo desencadear um ciclo de desconforto e a necessidade de cirurgia.
Fissuras anais podem provocar câncer de cólon?
A resposta é NÃO. Fissuras anais não aumentam o risco e nem causam o câncer de cólon, porém, alguns sintomas semelhantes da doença podem significar algo mais grave, por isso, casos de sangramento retal devem ser bem analisados.
Como prevenir a fissura anal?
Como forma de prevenção é indicado, justamente, evitar os fatores desencadeantes, colocando na rotina diária alguns hábitos saudáveis, como investir em uma alimentação saudável, rica em fibras, frutas e vegetais, além da ingestão de muita água. Confira algumas formas de prevenir:
Ter uma alimentação equilibrada e rica em fibras
As fibras ajudam a regular o intestino, por isso, elas são a melhor maneira de evitar a constipação, sendo importante que estejam presentes na sua alimentação, regularmente. E evite frituras, que são pobres em fibras e ricas em gorduras, e por isso também devem ser evitadas.
Beber bastante água
Beber muita água por dia, juntamente com a ingestão de fibras, permite que as fezes fiquem mais volumosas e menos endurecidas, facilitando o processo de evacuação.
É preciso levar em conta, porém, que a quantidade de água recomendada por dia vai depender de alguns fatores, como: nível de atividade física, peso, metabolismo, dieta, consumo de álcool. Consulte seu médico para uma avaliação correta.
Consumir iogurte diariamente
Os iogurtes contêm bactérias probióticas benéficas à saúde que atuam no equilíbrio da flora intestinal e em disfunções, como a diarreia e a constipação. Vale consumir juntamente com fibras para que o efeito de ambos seja potencializado.
Mastigar os alimentos corretamente
Ao mastigar os alimentos lentamente, a digestão e a absorção de nutrientes estarão sendo favorecidas, fazendo com que os alimentos cheguem até o estômago e, posteriormente, ao intestino de forma mais leve. Esse simples hábito pode evitar o surgimento de gases e o desconforto abdominal.
Praticar exercícios regularmente
Movimentos intestinais são favorecidos, também, quando praticamos atividades físicas regularmente. Bastam 30 minutos por dia para manter o bom funcionamento do intestino e evitar a constipação.
Tratar imediatamente um caso de diarreia
Acredite, casos de diarreia prolongada podem promover a irritação ou lesão da mucosa anal, facilitando o surgimento das fissuras. Outras lesões anorretais como as hemorroidas também podem provocar a doença.
Manter a área anal seca
Procure deixar a região do ânus sempre limpa e seca, acredite, é muito importante, pois ajuda a evitar o surgimento de outros distúrbios anorretais. Tenha sempre à mão algodão, e o utilize para evitar a umidade, evitando o uso de toalhas ásperas, que podem deixar a região ainda mais sensível e prejudicar a sua cicatrização.
Fissura anal em crianças
Infelizmente, é muito comum surgir feridas em bebês, para evitar que isso aconteça, procure trocar as fraldas regularmente. Esse processo irá garantir que a região esteja sempre limpa e seca, além de prevenir assaduras.
Enfim, como foi dito, procure investir em uma alimentação equilibrada e aliá-la à prática regular de atividades físicas, sem dúvida, esses simples hábitos poderão diminuir os riscos de desenvolver a fissura anal. Ou seja, procure manter sempre hábitos saudáveis e, se surgir a doença, procure imediatamente, aos primeiros sintomas, um médico, e siga corretamente o tratamento.